quinta-feira, 31 de maio de 2012

Moncho López em discurso directo

«Estive presente em fases finais de Campeonatos da Europa, em Jogos Olímpicos, competições internacionais de clubes, ganhei muitas finais, também perdi muitas, mas sempre vi o treinador campeão a levar a mão ao peito, ao coração, mostrar carinho aos seus adeptos, porque é aí que se sente o clube. Levar os dedos àquela parte... cada um sente o clube onde quer.»

Estas palavras são de Moncho López e têm como destinatário Carlos Lisboa, o treinador da equipa de basquetebol do Benfica. Penso que não será preciso acrescentar nada. Deixo apenas o vídeo para esclarecer quem ainda não percebeu onde o Carlos Lisboa gosta de sentir o "clube":

São paralelos, senhor, paralelos!




Parei. Respirei fundo. Pensei, pensei, pensei...voltei a ler e a concentrar o olhar no vazio mas em vão. Não me ocorreu nenhuma palavra para adjectivar de forma correcta o texto que em seguida vão ler.

Os parênteses são da minha responsabilidade:

«Venho só dizer uma coisa....faço parte do corpo de intervenção que esteve no Dragão Caixa no jogo em questão. Vou deixar aqui detalhes do que realmente se passou, se quiserem fazer isto público estão à vontade pois irão ter a confirmação disto tudo dentro de dias, no nosso relatório. 


Posto isto, relato o seguinte.


- O jogo foi por si bastante quentinho, por algumas vezes tivemos de intervir junto de adeptos por arremessos de objectos perigosos para a integridade de todos os atletas, uma vez que em movimento dificilmente acertas no alvo pretendido, os jogadores do banco foram os mais protegidos, mas também os mais massacrados; 


- No término da partida, os festejos dos jogadores do Benfica foram contidos, tendo surgido aquela situação entre o atleta Nuno Marçal e o treinador Carlos Lisboa; 
(Mas claaaaro que foram contidos! O Carlos Lisboa só mandou os adeptos do Porto levar no cú, e o roupeiro começou a atirar camisolas para a bancada. Mas haverá forma de festejar mais correcta e aconselhável? Só é pena que este "polícia", que viu tantos e tantos objectos serem arremessados não tivesse visto o festejo do roupeiro, oh well...)

-Após este incidente os adeptos começaram arremessar todo tipo de objectos para dentro campo, e de seguida o atleta Nuno Marçal dirigiu-se à claque SD nos seguintes modos: "Vocês vão deixar que eles festejem??Façam qualquer coisa, partam-nos todos..." (Até os comemos, carago! E foi logo escolher o Marçal, curioso... porque será?)
Ainda com os ânimos mais exaltados, tivemos de recorrer à força física e colocar em sentido alguns espectadores; 


-Após carga policial, muitos deles resolveram ir buscar paralelos, sim leram bem,paralelos, para agredir o nosso corpo. Como estávamos junto de outro público essas pedras caíram junto do mesmo abrindo cabeças de mulheres e ferindo até crianças; depois o sr Presidente da instituição portista vem dizer que fomos nós que batemos em crianças e em mulheres, quando foram eles próprios a agredir as próprias mulheres e filhos; 
(Ok, vamos por partes. Paralelos? Foram buscar... paralelos? Estão num pavilhão desportivo e vão buscar... paralelos?
E afinal de contas, onde raio estava este "polícia"? Ouviu o que o Marçal foi dizer à claque mas estava noutro sítio?
Voaram paralelos - PARALELOS - pelo campo e só este iluminado viu? Dezenas de câmaras de televisão e jornalistas no recinto e nenhuma viu um PARALELO que fosse a ser arremessado? Abriram cabeças a crianças e mulheres e não há qualquer registo de feridos resultantes dos incidentes? Nem aquele vídeo que circula por aí e que confunde cartolinas com placards viu qualquer PARALELO ser arremessado...
Repito, alguns adeptos lançaram PARALELOS que feriram mulheres e crianças na CABEÇA e não há qualquer registo de feridos ou de pessoas que tenham dado entrada no hospital na sequência dos incidentes. Nenhum órgão de comunicação social fala de tal coisa, assim como nenhum elemento do Benfica, ou alguma "vítima")

-Para terminar, o jogador Rolando, defesa da equipa de futebol, estando presente no pavilhão ao terminar o encontro, foi abordado por um grupo de adeptos, dando-lhe um enxerto de porrada desde a saída do pavilhão até à sua viatura. Poderão em breve confirmar isto tudo, mas disto ninguém veio falar, nem o presidente nem a SAD dessa instituição...»
(A fúria era tanta que o pobre do Rolando levou um soco, não, vários socos, não, não, foi um enxerto de porrada desde o pavilhão até à viatura, qual presa a fugir de aves de rapina.Também ninguém soube nada, ninguém gosta de sangue neste país. E este "polícia" está em todo o lado! Fossem todos assim...)

Ai senhores... mas esta gente não tem noção do ridículo??...